Homenagem a Maicol Jacksom

Vinte e cinco de junho de dois mil e nove. Quando minha mãe me ligou naquela tarde dizendo que o Maicol tinha falecido, eu não acreditei. Chorei a tarde inteira. Fiquei apavorada: O MAICOL JACKSOM MORREU!!!??? (Isso mesmo, Maicol Jacksom- é assim que se escreve) Ele era saudável, não tinha doença nenhuma. Mas essas coisas acontecem. Até aí nada de estranho. Pessoas morrem todos os dias. Aos milhares.

Agora, no mesmo dia, morreu o Michael Jackson. O que não seria nada estranho também se meu irmão não fosse sósia do Michael Jackson. Não um sósia qualquer, o Maicol era o melhor sósia do Paraná. Acho que tudo isso começou quando meu pai resolveu fazer uma homenagem ao Jackson Five dando esse nome pro Maiquinho. Desde pequeno, o Maicol dedicou sua vida à arte da imitação. Dançava igualzinho ao verdadeiro rei do pop. Cantar ele não cantava, porque nunca se esforçou pra ser nada. Pra ele, ser a cópia Michael já era tudo. Eu nunca dei força pra isso. Ele não levava a vida dele, tentava levar a vida do Michael. Quando ele ficou sabendo que o Michael apanhava do pai, ele fazia de tudo pra apanhar, tomar uns tapas do nosso pai. Fazia as maiores artes possíveis. Quando o Michael era negro, o Maicol era negro, quando o Michael ficou branco, o Maicol ficou branco (é claro que ele não tinha como fazer plástica, isso é caro, né, mas a maquiagem da mamãe dava um jeito).

Pra ser sincera, nunca soube quem era o verdadeiro Maicol. Ele não era ele, era o Michael. Resolvi escrever porque sei que ninguém vai lembrar da morte do Maicol. Enquanto o mundo inteiro chora pelo Michael, só eu choro pelo Maicol. Ele não foi o rei do Pop, mas era meu irmão.